Este estudo aborda a produção racional de madeira na Amazônia brasileira. Seu objetivo foi identificar a distância econômica limite entre uma floresta, sob regime de manejo florestal sustentável (MFS), e o pátio de uma firma madeireira, e assim colaborar na formulação de políticas que fomentem o uso racional dos recursos florestais-madeireiros regionais. Para tal, adotou-se, como área de estudo, as florestas localizadas no estado do Acre. Os dados usados nessa pesquisa foram obtidos em entrevistas com os proprietários de serrarias que atuavam, nesse estado, no período 2008-2010. Os conceitos adotados para quantificar o raio econômico para atividade florestal-madeireira nessa região, foram: 1) renda líquida, na venda da madeira serrada, para diferentes distâncias entre uma floresta manejada e o pátio da serraria e 2) valor esperado da terra (VET), válido para uma terra destinada à produção florestal manejada. A partir dos resultados gerados, conclui-se que: 1) considerando-se os custos de uma serraria com a produção e comercialização de madeira serrada e o preço de venda dessa mercadoria, tem-se que o raio econômico, para essa atividade florestal-madeireira, no Acre, é de 282 km e 2) uma comparação do preço médio da terra florestal, na região, com o VET obtido indica que só é viável, economicamente, um empresário manejar e explorar uma floresta, e vender a madeira em tora, posto no pátio da serraria, e esse processo lhe render uma taxa de juros de 6% ao ano, se a distância dessa floresta até a firma madeireira for, no máximo, igual a 125 km.

08 - Raio econômico como um instrumento para orientar a adoção do manejo florestal sustentável na Amazônia: um estudo de caso no estado do Acre