Espécies não arbóreas representam aproximadamente dois terços das espécies de plantas da floresta tropical, além de serem fonte de alimento para diversos animais e contribuírem para a formação de nichos ecológicos específicos dentro do sistema florestal. Tendo em vista a baixa regeneração natural desse componente em áreas restauradas, torna-se necessária a introdução dessas espécies em áreas em restauração. Existindo uma grande lacuna de informações sobre essas espécies e sendo a germinação de sementes uma das etapas fundamentais para permitir a introdução delas em campo, o objetivo desse trabalho foi testar o efeito da quebra de dormência na germinação de cinco espécies arbustivas pertencentes à família Rubiaceae: Psychotria warmingii, Psychotria deflexa, Psychotria anceps, Palicourea cf. croceoides e Margaritopsis cf. schuechiana. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Ecologia Vegetal e Agroecologia da ESALQ/USP. Primeiramente, foi testada a possibilidade de dormência tegumentar, usando-se como tratamentos:  H2SO4 98% (1, 5, 10 e 15 minutos); H2O 80oC (1, 5, 10 e 15 minutos) e imersão em água (8, 12, 24 e 48 horas). Como não houve resposta germinativa aos tratamentos, foi testada a possibilidade de dormência fisiológica, com o uso de Ácido Giberélico (GA3) por 24 horas em diferentes concentrações: i) GA3 100 ppm (exceto para Margaritopsis cf. schuechiana); ii) GA3 250 ppm; iii) GA3 500 ppm; iv) GA3 750 ppm; e v) Testemunha. Todas as espécies responderam ao uso do Ácido Giberélico, sendo as maiores taxas de germinação obtidas para concentrações de 500 e 750 ppm, evidenciando a dormência fisiológica existente nessas espécies.

07 - Dormência fisiológica em cinco espécies arbustivas de Rubiaceae da flora nativa brasileira